Impulsionar a inovação e a educação tecnológica por meio da arte é o propósito do CulturaTech – Criatividade Programada, projeto que será lançado neste mês na região metropolitana de Porto Alegre e que promete transformar a realidade de crianças de 8 a 12 anos da rede pública de ensino e comunidades escolares marcadas por eventos extremos. Com uma abordagem criativa e ível, o CulturaTech integra arte e tecnologia para despertar o interesse dos alunos por inovação, além de fortalecer a autoestima e a reconstrução social por meio da educação. h2s4m

O primeiro lançamento aconteceu no dia 8 de maio, na Escola Municipal de Ensino Básico Luiza Silvestre de Fraga, em Esteio. A escola foi severamente afetada por desastres climáticos. Alagada, teve o segundo andar incendiado em outubro de 2024 e foi destelhada durante uma tempestade em fevereiro de 2025. Já no dia 22 de maio, o CulturaTech chega à Escola Municipal de Ensino Fundamental Doutor Paulo da Silva Couto, em São Leopoldo. A unidade serviu de abrigo para atingidos pela enchente e teve parte de sua estrutura danificada. Os lançamentos contarão com dinâmicas de jogos entre os alunos que utilizarão robôs, além de uma exposição de modelos já desenvolvidos.

Entre os principais destaques do projeto está a incorporação do curso à grade curricular da Escola Doutor Paulo da Silva Couto, em São Leopoldo. A iniciativa a a fazer parte do cronograma regular de aulas e garante a presença contínua de conteúdos tecnológicos e criativos no processo de aprendizagem.

“O CulturaTech representa uma resposta sensível aos desafios enfrentados por essas comunidades escolares severamente atingidas pelas enchentes. Ao trazer a cultura Maker como aliada do aprendizado, mostramos para as crianças que a tecnologia também pode ser um caminho de reconstrução, experimentação e conhecimento“, comenta Luciana Tondo, sócia da Amora Produções Culturais, responsável pela execução do projeto.

As escolas receberão um curso de robótica e criatividade, durante seis meses, com abordagens de temas como lógica, programação, hardware, artes, identidade cultural e sustentabilidade. Totalizando 576 horas, o intensivo deve formar 160 alunos por escola. Os alunos usarão materiais reciclados para criar robôs representando elementos culturais locais, que serão exibidos ao público em uma mostra ao final do projeto. Além da capacitação dos alunos, o projeto inclui formação para monitores e professores, para que possam aprender ferramentas para uso da linguagem da robótica dentro da sala de aula. 

Outro benefício do CulturaTech é a criação de uma Sala Criativa – um ambiente de aprendizado dinâmico onde qualquer pessoa pode criar, experimentar e compartilhar soluções, mesmo sem conhecimento prévio em arte ou tecnologia. O espaço será equipado com ferramentas digitais, tecnológicas e materiais recicláveis, incentivando o aprendizado prático e sustentável. 

“O projeto une tecnologia e cultura em um aprendizado inovador e a formação de professores e monitores garante que esse conhecimento seja alcançado e se multiplique dentro das salas de aula para transformar a educação e a comunidade“, explica Eloir Rockenbach, coordenador técnico e pedagógico do projeto.

Considerando os desafios enfrentados pelo estado após as enchentes de maio de 2024, os critérios utilizados na seleção das escolas incluíram o impacto estrutural causado pelas chuvas, o mínimo de 80 alunos (entre 8 e 12 anos) por contraturno, 20 professores interessados na formação e a disponibilidade de espaço para a instalação da Sala Criativa.

Campeonato de Robótica 
O projeto também realizará um campeonato de robótica com o tema reciclagem, promovendo desafios criativos e inovadores. Será montada uma arena em cada escola selecionada  e contará com outras escolas convidadas de todo país, para competições entre robôs desenvolvidos e controlados pelos próprios alunos.

Fonte: Fernanda Calegaro
Culturatech Abertura Esteio – Fotos: Gabriehl Oliveira