8 de junho é o Dia Mundial dos Oceanos. Para conscientizar a sociedade, o Museu Oceanográfico do Rio Grande sedia a mostra nacional ‘Maré de Mudanças – Década dos Oceanos’

Integrando a programação do Dia Mundial dos Oceanos, 8, o Museu Oceanográfico ‘Prof. Eliézer de Carvalho Rios’ e o Museu Antártico – situados no complexo museológico da Rua Capitão Tenente Heitor Perdigão, Rio Grande (RS) – sediam, até 13 de julho, das 14h às 18h, com entrada gratuita, a mostra ‘Maré de Mudanças – Década dos Oceanos’. 32y10

Aberto ao público, as visitas e imersões acontecem de terça à sábado, das 8h às 12h e das 14h às 18h, e aos domingos das 14h às 18h.

A mostra conta com visitas guiadas pelas instalações do museu, paineis interativos sobre mudanças climáticas, poluição plástica e pesca fantasma com materiais reaproveitados; além de intervenções artísticas como o ‘Latente’, ‘Entremear’ e ‘Mar de fantasmas’ – convidando crianças, jovens e adultos à imersão completa na vastidão dos oceanos.

A proximidade da exposição com o ‘Dia Mundial dos Oceanos’ reforça os índices alarmantes de poluição marinha. Atualmente, estima-se que os oceanos recebem 8 milhões de toneladas métricas de plástico por ano, conforme projeções da Science. Só no Brasil, o descarte de plástico no mar chegou a 1,3 milhão de toneladas anuais, ou seja, cerca de 8% de toda a poluição plástica oceânica produzida no planeta, segundo estudo da Oceana. Nesse relatório, o país também se consagrou na 8º colocação de maior poluidor plástico do mundo – sendo o líder poluente da América Latina.

Maré de Mudanças – Foto: – Vinicius Cavalcanti

Convidando a sociedade a refletir sobre a importância do cuidado aos oceanos, o acervo da exposição possui um ‘Oceano Artificial’ em videoarte imersiva – com animações 3D – e projeção de fotografias, textos e outros efeitos sobre tecidos fluidos. O espaço interativo conta com retroprojetores, infográficos e rodas de conversas entre pesquisadores, instituições e representantes de comunidades litorâneas.

O evento também dispõe de cartilhas digitais de ‘Educação Oceânica e Circularidade’ – parte essencial da trilha educativa do projeto. O material didático é aprofundado em temáticas pertinentes do ‘Maré de Mudanças – Década dos Oceanos’, projetado para escolas, comunidades e eventos educativos. A cartilha será disponibilizada gratuitamente no site da exposição.

O público pode aguardar uma experiência sensorial e transformadora. A exposição nos convida a caminhar por dentro de instalações artísticas feitas com materiais reaproveitados, refletindo sobre o impacto do nosso consumo e conhecendo soluções criativas para o futuro dos oceanos. Além de uma experiência transformadora, é uma verdadeira imersão em arte, educação e sustentabilidade”, destaca Liu Berman, diretora da LB Circular e embaixadora do Movimento Reinventando Futuros.

Ao longo da mostra, performances artísticas e intervenções visuais estarão alocadas dentro do Museu Antártico, assinados pelos artistas Renata Larroyd, Gyulyia, Arthur Boniconte (Midiadub), Via, Padre, Coletivo Flutua, Subtu, Iskor e Rodrigo Machado, do estúdio Buriti – autor da cenografia local.

O ambiente é pensado cuidadosamente nos eixos centrais da exposição: mudanças climáticas, biodiversidade, poluição e regeneração dos oceanos. A cenografia utiliza formas, texturas e cores inspiradas em corais e recifes da Baía de Todos os Santos e outras espécies essenciais para a vida marinha, trazendo elementos que traduzam a Década dos Oceanos.

Liu Berman – Foto: Renata Larroyd

O objetivo da programação, da ambientação às intervenções artísticas, é conectar arte, Ciência e educação a fim de conscientizar diferentes públicos – estudantes, docentes, famílias, instituições e corporações.

Estou muito animado com essa exposição, acredito que ela terá grande impacto para todo mundo que for ver ao vivo as obras, vamos trazer temas preocupantes mas de uma forma leve. Quanto a minha obra é um tubarão baleia revestido com borracha de câmaras antigas, então para mim é um duplo desafio, tanto pela representação desse animal pela primeira vez na minha carreira, quanto pelo uso da borracha, material que infelizmente acaba frequentemente nas nossas águas”, afirma Subtu, que terá trabalhos expostos na mostra.

A escolha do local para sediar a mostra também não é por acaso. O Maré de Mudanças dialoga diretamente com os princípios que regem o Complexo de Museus e Centros Associados da FURG, reconhecido por sua atuação na difusão científica, preservação da biodiversidade marinha e formação cidadã.

A iniciativa se alinha profundamente com os valores e a missão da FURG, que tem como vocação institucional o estudo e a preservação dos ecossistemas costeiros e oceânicos. A chegada da exposição aos museus da universidade fortalece sua atuação como polo nacional e internacional de excelência em Ciências do Mar, além de valorizar a integração entre ensino, pesquisa e extensão, com foco na educação ambiental e no engajamento social”, afirma Guy Barcellos, Coordenador Pedagógico do Museu Oceanográfico.

O acervo do Museu Oceanográfico ‘Prof. Eliézer de Carvalho Rios’ abriga uma das mais importantes coleções de moluscos e mamíferos marinhos da América do Sul, e tem sido fundamental para a popularização da ciência e o desenvolvimento de ações educativas. Em 2023, mesmo diante de desastres climáticos, o Museu promoveu diversas atividades formativas e recebeu mais de 69 mil visitantes, reafirmando seu papel transformador.

Já a extensão da mostra Maré de Mudanças até a sede do Museu Antártico – prédio anexo ao Oceanográfico – marca, de forma simbólica e significativa, a reabertura do acervo, após ser atingido por enchentes severas entre os anos de 2023 e 2024. Com sua fundação datada em 1997, a instituição cultural é considerada um centro de referência, reproduzindo as primeiras instalações da Estação Antártica “Comandante Ferraz” – trazendo a dinâmica dos mares em ambientes inóspitos.

Com a instalação do Maré de Mudanças, o Museu Antártico retoma suas atividades públicas e renova seu compromisso com a educação e a preservação ambiental. A exposição reforça o elo entre a universidade e a sociedade, promovendo a conscientização sobre os desafios enfrentados pelos oceanos e inspirando a construção de um futuro mais sustentável”, destaca Guy Barcellos.

O Diretor Institucional da Regional Sul da Corsan, André Guterres Borges, reforça o apoio à mostra Maré de Mudanças, sob o compromisso da Corsan e do grupo Aegea com a preservação ambiental e com o futuro das próximas gerações.

Acreditamos que o cuidado com a água e com o meio ambiente deve ser uma responsabilidade compartilhada entre todos — empresas, instituições, escolas e cidadãos. Essa exposição cumpre um papel fundamental ao unir ciência, arte e educação para sensibilizar diferentes públicos sobre os desafios e as urgências que envolvem os nossos oceanos. É uma honra fazer parte desse movimento que inspira conhecimento e ação coletiva“, ressalta Guterres.

O Maré de Mudanças é uma realização da LB Circular, com patrocínio do Instituto Aegea – mediante a Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

Serviço
Evento: exposição ‘Maré de Mudanças – Década dos Oceanos’
Data: De 5 de junho à 13 julho
Horário: de terça à sábado, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Aos domingos, entre 14h às 18h
Local: Museu Antártico, prédio anexo ao Museu Oceanográfico ‘Prof. Eliézer de Carvalho Rios’
Endereço: Rua Capitão-Tenente Heitor Perdigão, 10 – Centro, Rio Grande (RS)

Intervenções artísticas

Via
Obra: Ato I, 2025
Descrição: videoarte
Obra: Trama das coisas, 2022
Descrição: linha 100% poliéster, projeção mapeada.

Padre
Obra: A cidade e a água, 2025
Descrição: manipulação de vídeos (VJing).

Gyulyia
Obra: Maré morta, 2025
Descrição: animação 2D & 3D, arte generativa.

Arthur Boniconte (Midiadub)
Obra: Oceano artificial, 2025
Descrição: vídeo digital criado com inteligência artificial (IA).

Renata Larroyd
Obra: Linha divisora, 2025
Descrição: videoarte, imagens em preto e branco.

Subtu
Obra: Latente, 2025
Descrição: ferro e câmaras de pneus reaproveitadas, tecido TNT, sacolas plásticas.

Coletivo Flutua
Obra: Entremear, 2025
Descrição: sacolas plásticas soldadas com ferro quente, estrutura em madeira com sustentação em cabos de aço, peças metálicas.

Iskor
Obra: Mar de fantasmas, 2025
Descrição: metal, MDF, madeira, tinta acrílica, spray, rede de pesca, resíduos diversos (lata de spray, plástico, tecido).

Fonte: Agência CRIATIVOS
Maré de Mudanças – Fotos: Vinicius Cavalcanti

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